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Conto: Noites de Curitiba

Conto: Noites de Curitiba

Amanda vivia no coração de Curitiba, no bairro Batel, onde as ruas eram arborizadas, as lojas de luxo estavam sempre movimentadas e os cafés eram frequentados por uma clientela exigente. Sua vida era tão discreta quanto possível, considerando sua profissão. Ela era uma garota de programa, uma acompanhante de luxo, e o Batel, com sua atmosfera sofisticada e requintada, parecia o cenário perfeito para quem, como ela, navegava entre o anonimato e o glamour.

Seu apartamento ficava em um prédio de fachada moderna, no alto de um edifício com vista para a cidade. Durante o dia, Amanda gostava de observar a movimentação abaixo, as pessoas correndo para seus trabalhos, os casais passeando de mãos dadas, os carros que iam e vinham sem parar. Ela gostava de Curitiba por isso — era uma cidade dinâmica, mas ao mesmo tempo cheia de refúgios tranquilos, onde ela podia desaparecer quando quisesse.

Naquela noite, Amanda aguardava um novo cliente. Havia recebido a ligação no início da semana: um empresário que estava em Curitiba para uma conferência no Expo Unimed. Como muitos de seus clientes, ele era direto e educado, sem perguntas desnecessárias. Eles haviam combinado de se encontrar em um restaurante no centro, um lugar elegante, mas sem chamar atenção demais.

Amanda vestiu um conjunto elegante, mas com uma sensualidade sutil. Um vestido vermelho de seda, ajustado ao corpo, e saltos que lhe davam uma postura imponente. Seus cabelos loiros caíam em ondas suaves sobre os ombros, e a maquiagem era impecável, com um batom vermelho para completar o look. Ela gostava de estar no controle de sua imagem, e sabia como causar impacto sem precisar dizer muito.

No restaurante, o empresário já a esperava. Ele era mais jovem do que Amanda esperava, com cerca de 40 anos, cabelos levemente grisalhos e um ar de quem estava sempre lidando com problemas maiores do que sua própria vida. Eles se cumprimentaram com um aperto de mão firme e um sorriso discreto.

— Amanda, certo? — ele disse, puxando a cadeira para que ela se sentasse.

— Sim, é um prazer. — Ela respondeu, enquanto se acomodava.

A conversa foi agradável, embora ele não fosse do tipo que falava muito sobre sua vida pessoal. Ela percebeu que ele estava ali para escapar da rotina, para ter uma noite onde pudesse ser apenas ele mesmo, sem o peso do título de executivo. Ao longo do jantar, trocaram histórias sobre viagens e sobre a cidade de Curitiba. Amanda mencionou os lugares que adorava frequentar, como o Jardim Botânico, especialmente nas manhãs de primavera, e o charme do Largo da Ordem aos domingos.

— Curitiba tem um jeito único, não acha? — comentou ela, brincando com a taça de vinho em suas mãos.

— Sim, é uma cidade que surpreende. Eu viajo muito a trabalho, mas aqui sempre me sinto... confortável. — Ele fez uma pausa, encarando o olhar de Amanda por um momento antes de sorrir. — E você também tem esse efeito, sabe? Parece que o mundo lá fora para quando estamos conversando.

Amanda apenas sorriu, sem quebrar o contato visual. Ela estava acostumada com esses momentos de admiração e gratidão. Sabia que seu trabalho ia além da aparência ou do prazer físico; ela era, muitas vezes, um porto seguro para homens como ele, que viviam pressionados pelas responsabilidades. Seu valor estava em criar esse espaço, onde eles podiam relaxar e sentir-se compreendidos, mesmo que por algumas horas.

Depois do jantar, voltaram para o apartamento dela. Ele era moderno e minimalista, com uma vista deslumbrante para as luzes da cidade. Amanda gostava de manter as coisas simples, com apenas alguns toques pessoais, como quadros de arte abstrata e um sofá confortável de veludo azul. O ambiente era cuidadosamente projetado para dar a sensação de tranquilidade.

Eles sentaram-se na sala, onde o empresário tirou o paletó e relaxou pela primeira vez na noite. Conversaram um pouco mais, agora com o vinho fluindo livremente e a cidade brilhando lá fora. Amanda ouvia com atenção, fazendo pequenas perguntas para manter a conversa leve. Não havia pressa. Ela sabia que seu cliente estava ali para mais do que apenas um encontro físico; ele precisava de uma pausa do mundo.

— Amanda, você me faz esquecer de tudo. — Ele disse, após alguns minutos de silêncio confortável.

— Esse é o meu trabalho, — ela respondeu suavemente, sorrindo de leve.

A noite passou sem pressa, e quando finalmente ele se levantou para ir embora, Amanda o acompanhou até a porta, trocando um último olhar de cumplicidade. Ela sabia que ele voltaria, como tantos outros antes dele. Porque, em uma cidade como Curitiba, onde o ritmo do dia a dia podia ser esmagador, Amanda oferecia algo que ia além de qualquer transação: um momento de paz, uma ilusão de liberdade, um refúgio onde os problemas desapareciam — pelo menos por uma noite.

E enquanto as luzes da cidade continuavam a brilhar, Amanda sabia que, no silêncio de seu apartamento, ela tinha o controle de seu próprio destino, em uma cidade que oferecia a mistura perfeita de anonimato e sofisticação.

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